segunda-feira

15

olá

não vim aqui mais cedo porque não sabia o que dizer. ainda não sei bem. mas vou tentar explicar-me ..
passou. o dia passou, o natal passou, o tempo passou. mas o medo e a saudade continuam. continuo com medo de que algo pior aconteça, medo de que a dor não passe, medo de esquecer, medo. a saudade é self-explicativa.
tinha tanto para sentir, tanto para dizer .. e passou, tudo.

um ano. metade está encharcado de tanto choro, a outra metade está bem visível, bem sensível, e ao mesmo tempo longe, como se não a conseguisse alcançar. como sempre, o pseudo-paradoxo da cabeça de uma adolescente disfuncional.
(noutro dia, haverá mais. hoje não consigo verbalizar)

e não há música.
Boas Entradas, e bom 2011 ! :D

sexta-feira

14

heya

vou ser breve.
hoje perguntaram-me se eu era 100% feliz. ao princípio, assustei-me com a pergunta, pois não estava nada à espera. mas respondi : 'não'. e não sou. e penso que ainda ninguém encontrou a felicidade total. depois, fui embora e fiquei a pensar naquela pergunta, e apercebi-me que, mais de 50% da minha felicidade desapareceu. mas eu continuo aqui, bem. mas agora sou menos feliz. enquanto que os outros podem chegar aos 100% de felicidade, o meu êxtase de felicidade é aos 30%. e eu tenho de viver com isso.

bem, e agora vou a uma festa. talvez consiga chegar aos 30%
e não há musica.

boa noite.

quinta-feira

13

(número do azar)

o tempo continua a passar. o tempo que cura. o tempo que faz esquecer. o tempo que não me faz avançar. este tempo mete-me medo. medo de cair, ou melhor, de não aguentar. medo de, este ano, ser pior que o anterior. medo, tenho muito medo.
e este tempo já eu conheço. promete coisas, e não as cumpre. atira-nos de um precipicio e faz-nos acreditar que, no fim da queda, vamos pousar, como uma pena. parte-nos o coração, e cola-o com cuspe.

neste tempo (perdido) perdi-me. senti-me perdida, e não sei se ainda o estou. o joão ajudou um bocado, tentou levar-me para o passeio, enquanto eu andava no meio da rua. mas não resultou, nada. e agora estou sozinha, a tentar ir, pelo menos, para a berma. mas sinto-me a afastar-me, todos os dias um bocadinho. começo a ficar sem paciência, sem pudores, sem motivos, sem problemas de consciência, sem carinho, sem nada, com nada. e gostava de conseguir pedir ajuda para voltar. mas também não tenho coragem. nunca tive.


well, nobody found me.

terça-feira

12

goodnight everybody !

12. Dezembro. Medo.
estou exausta, física e emocionalmente. os dias não parecem acabar, e as noites são curtíssimas ! tento não me prender a nada, tenho não olhar à volta, tento não me aperceber do mundo porque isso quer dizer que eu estou aqui, inserida num mundo virado do avesso. aqui onde não sinto nada. aqui onde não tenho mais a perder, nem a ganhar. aqui, no mundo real.
já não sei distinguir o que sinto, por isso, digo que não sinto. antes, quando caía, magoava-me. quando me faziam cócegas, ria-me tanto que me doía a barriga e a cabeça. quando não me davam o que queria, sentia-me frustrada. agora, não quero saber! caio, levanto-me; fazem-me cócegas, nem sinto; não me dão o que quero, ninguém pode dar, estou sempre insatisfeita. tento não mostrar que sou uma pedra, mas, como sempre, exagero em tudo. no riso forçado, na inquietação, na preocupação. eu não quero saber! não quero saber se X fez isto, ou se Y comeu um chocolate. não quero saber que é natal, não quero saber que estou quase em férias. não quero saber das notas. não quero saber de nada.
mas dói, sempre.
eu não posso pedir a ninguém que se controle com a excitação do natal, mas sinto-me tão invisível quando festejam à minha beira. apetece-me gritar-lhes: 'a sério?! não te lembras do último natal? foi uma verdadeira festa!'. mas não posso, não quero, e não o faço. engulo, e engulo. a seco, e às vezes com umas lágrimas escondidas. mas dói, sempre.

bem, acabou por hoje.


musica: 'if you ever come back'- the script.

como se fosse possível ...